Voltemos aqui ao blogue da BDVoyeur, para falar de temas mais ou menos consonantes com a expressão “voyeur”, uma vez que a revista deixou de se publicar, embora estejamos a considerar a sua publicação online neste blogue. Comecemos pela Body Art, ou Body Paint.
BODY ART
UMA EXPRESSÃO EFÉMERA DE ARTES PLÁSTICAS
Nina Benchimol pinta o corpo da cantora Júlia Vargas Guito Moreto
Numa abordagem mais específica, surgiu como reação à impessoalidade da arte conceptual e do minimalismo, mas numa análise mais ampla tem sido considerada um prolongamento daquelas.
A principal característica é que o corpo humano (seja do artista ou de um modelo) passa a ser a “tela” (daí aproximação com a “body paint”, ou pintura corporal), bem como o comunicador de ideias, ou seja, o mais importante veiculador em que o artista plástico vai explorar sua "obra viva". Dessa forma, artistas plásticos contemporâneos ultrapassam os limites da tela e do conceito de arte plástica ao propor uma nova forma de expressão em detrimento das tradicionais pinturas e esculturas.
O espectador pode atuar não apenas de forma passiva mas também como voyeur ou agente interativo. Normalmente, as obras de Body Art, como criações conceptuais, convidam à reflexão, ao enfado, ao choque, ao distanciamento ou ao riso.
Há casos em que a Body Art assume o papel de ritual ou apresentação pública, apresentando portanto ligações com o Happening e a Performance. Outras vezes, a sua comunicação com o público dá-se através de suportes como o video ou a fotografia.
Para muitos estudiosos sobre o tema, a Body Art é uma vertente da arte contemporânea e o seu precursor foi Marcel Duchamp (1887-1968) ao questionar os limites do conceito e o modo de fazer arte, dando início à reflexão sobre a "arte conceptual" bem como a relação do sujeito com o mundo.
Nas suas origens encontram referências na premissa de Marcel Duchamp em que "tudo pode ser usado como uma obra de arte", inclusive o corpo. Além de Duchamp, podem ser considerados precursores da Body Art o francês Yves Klein (1928-1962), que usava corpos femininos como "pincéis vivos", o americano Vito Acconci (n. 1940), o italiano Piero Manzoni (1933-1963) entre outros.
Yves Klein
Piero Manzoni
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O trabalho do russo Znag.
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